Amor Vincit Omniac. 1601-02
Oil on canvas75 1/4 x 58 1/4 in (191 x 148 cm)
Gemaeldegalerie, Berlin
Então… pode-se dizer que assim começa a nossa história. Sem um grande final. Mas há quem acredite que ainda existe muito a que se contar pelo futuro ainda não vivido. Mas essa é outra parte da história que, ao seu tempo, vou-lhes contar. Entretanto, o que agora faz-se importante dizer é do amor que insiste em latejar dentro de nossos corações embaçados por sentimentos de medo.
Naquela tarde de inverno, nossas almas se amaram para valer; se entregaram a iluminação de uma beleza sem par em nossas histórias individuais. Havia silêncio pleno, rostos iluminados, olhares de satisfação, corpos nus. Tudo se enquadrava como numa película de cinema: a cor do quarto, sol frio e amarelo entrando pela janela, roupas displicentemente jogadas pela casa, ecos de gargalhas e sorrisos agora já em silêncio íntimo...
Era preciso muita dissimulação para tudo aquilo não ser verdade absoluta e inequívoca. Embebidos de todos os sentimentos cegos que só a paixão confere ao ser humano, nada podia estar ou ser errado naquela tarde de inverno. Nossos corações se prometiam a um futuro imaginado... perfeito. Mas as horas andam sem que possamos frear o tempo, e aquela tarde se foi.
Houve malas prontas... beijos apertados no corredor, abraços sufocantes e cálidos com uma dor de despedida que não se cabia, porque afinal, no final de semana seguinte havia a promessa do reencontro. Mas ali tinha uma pequena dor incômoda e ligeira ao segurar mala, casaco, bolsa no caminho à porta. Por quê? Não sabia, o que hoje sei e o que me leva a escrever estas linhas.
***
Lá estava eu novamente sentado em minha cadeira envolto a papéis e planilhas compenetrado nos projetos que caminhavam sob a minha coordenação, quando ela, leve como uma avalanche, entra; rosto marejado por lágrimas presas na garganta, face branca manchada de vermelho, como borrifos de sangue; anda de um lado para o outro tentando buscar um sentido para sua presença estranha em minha sala.
Claro que eu perguntei o que estava acontecendo! Mas a insistência pelo “nada” era por de mais falsa. Claro que existia alguma coisa nada profissional a ser despejado em mim, sobre a minha mesa, cadeira, planilhas, papéis. E mais uma vez o “nada” se repetia em sua voz engasgada. Foi, por isso, que eu me levantei. Fui até perto dela, que se esquivava e chorava mais, segurei-a pelo braço, em olhar profundo, e pedi: “Diz! Por favor, o que acontece!?”.
E ali fiquei sabendo da mais pérfida teia de intriga, que nesse meu tempo de vida, pude ser envolvido.
Naquela tarde de inverno, nossas almas se amaram para valer; se entregaram a iluminação de uma beleza sem par em nossas histórias individuais. Havia silêncio pleno, rostos iluminados, olhares de satisfação, corpos nus. Tudo se enquadrava como numa película de cinema: a cor do quarto, sol frio e amarelo entrando pela janela, roupas displicentemente jogadas pela casa, ecos de gargalhas e sorrisos agora já em silêncio íntimo...
Era preciso muita dissimulação para tudo aquilo não ser verdade absoluta e inequívoca. Embebidos de todos os sentimentos cegos que só a paixão confere ao ser humano, nada podia estar ou ser errado naquela tarde de inverno. Nossos corações se prometiam a um futuro imaginado... perfeito. Mas as horas andam sem que possamos frear o tempo, e aquela tarde se foi.
Houve malas prontas... beijos apertados no corredor, abraços sufocantes e cálidos com uma dor de despedida que não se cabia, porque afinal, no final de semana seguinte havia a promessa do reencontro. Mas ali tinha uma pequena dor incômoda e ligeira ao segurar mala, casaco, bolsa no caminho à porta. Por quê? Não sabia, o que hoje sei e o que me leva a escrever estas linhas.
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Lá estava eu novamente sentado em minha cadeira envolto a papéis e planilhas compenetrado nos projetos que caminhavam sob a minha coordenação, quando ela, leve como uma avalanche, entra; rosto marejado por lágrimas presas na garganta, face branca manchada de vermelho, como borrifos de sangue; anda de um lado para o outro tentando buscar um sentido para sua presença estranha em minha sala.
Claro que eu perguntei o que estava acontecendo! Mas a insistência pelo “nada” era por de mais falsa. Claro que existia alguma coisa nada profissional a ser despejado em mim, sobre a minha mesa, cadeira, planilhas, papéis. E mais uma vez o “nada” se repetia em sua voz engasgada. Foi, por isso, que eu me levantei. Fui até perto dela, que se esquivava e chorava mais, segurei-a pelo braço, em olhar profundo, e pedi: “Diz! Por favor, o que acontece!?”.
E ali fiquei sabendo da mais pérfida teia de intriga, que nesse meu tempo de vida, pude ser envolvido.