- Onde está o amor?!
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Numerosos são os doentes que se perdem pela língua ou pela pena (Dinouart, 1771).
Numerosos são os doentes em silêncios barulhentos.No vale que vivem os homens cultivam-se flores. Mas para quem? Para quê?Flores não fazem barulho para crescerem. Então, por que há tantos doentes?
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Mergulho na imagem profunda de um espelho d’água calmo e tranqüilo de um grandioso lago, na expectativa de submergir na densidade refratária de sua superfície trapaceira. Todo espelho d’água engana, confunde, desvirtua a percepção dos que se deixam olhar refletido. Até mesmo o céu, em sua infinitude, logra uma desventura hipnótica e confusa na limitada área de um lago.Visto de cima, observado de lado, sem ventos ou folhas que caiam, a superfície de um lago é sempre aprazível; evoca o infinito do infinito trazendo o céu para terra.Quando abaixo do fio d’água, somos o lago; e visto de baixo para cima não há clareza que transmita o esplendor que acalma. Vêem-se ranhuras trêmulas de pouca luz a embaçar os sentidos. Esta, talvez, possa ser uma aflição humana; uma aflição daqueles que não têm preparados órgãos de enxergar embaixo d’água. Mas, talvez, também os peixes não se extasiem com o lado externo da superfície.Vemos diariamente histórias de vidas serem contadas debaixo do espelho d’água. Histórias silenciadas em si mesmas. Embaixo d’água o som humano não se propaga direito, abafa-se, engasga-se.Na superfície, envolta de tanto ar, o som se debate sem muita verdade. Ouvem-se muitas palavras e olha-se muito a própria imagem. Na superfície calma e tranqüila não há tempo para ver o outro porque tudo parece tão perfeito, tão organizado que é preciso abster-se dos ruídos externos para apenas importar-se com seus próprios detalhes.Com ventos um pouco mais fortes, do que a leve brisa costumeira a borda do grande largo, espelho não é mais espelho é onda, marola... Aparta afixação humana de seus autodetalhes num forçoso convite ao olhar entorno. Vento é ar em movimento; brisa é vento que não cresceu.
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Não se pode falar da luz sem o conhecimento das trevas; não se pode falar do silêncio sem referenciar a palavra; não pode haver liberdade se não houver mais amor.
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Numerosos são os doentes que se perdem pela língua ou pela pena (Dinouart, 1771).
Numerosos são os doentes em silêncios barulhentos.No vale que vivem os homens cultivam-se flores. Mas para quem? Para quê?Flores não fazem barulho para crescerem. Então, por que há tantos doentes?
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Mergulho na imagem profunda de um espelho d’água calmo e tranqüilo de um grandioso lago, na expectativa de submergir na densidade refratária de sua superfície trapaceira. Todo espelho d’água engana, confunde, desvirtua a percepção dos que se deixam olhar refletido. Até mesmo o céu, em sua infinitude, logra uma desventura hipnótica e confusa na limitada área de um lago.Visto de cima, observado de lado, sem ventos ou folhas que caiam, a superfície de um lago é sempre aprazível; evoca o infinito do infinito trazendo o céu para terra.Quando abaixo do fio d’água, somos o lago; e visto de baixo para cima não há clareza que transmita o esplendor que acalma. Vêem-se ranhuras trêmulas de pouca luz a embaçar os sentidos. Esta, talvez, possa ser uma aflição humana; uma aflição daqueles que não têm preparados órgãos de enxergar embaixo d’água. Mas, talvez, também os peixes não se extasiem com o lado externo da superfície.Vemos diariamente histórias de vidas serem contadas debaixo do espelho d’água. Histórias silenciadas em si mesmas. Embaixo d’água o som humano não se propaga direito, abafa-se, engasga-se.Na superfície, envolta de tanto ar, o som se debate sem muita verdade. Ouvem-se muitas palavras e olha-se muito a própria imagem. Na superfície calma e tranqüila não há tempo para ver o outro porque tudo parece tão perfeito, tão organizado que é preciso abster-se dos ruídos externos para apenas importar-se com seus próprios detalhes.Com ventos um pouco mais fortes, do que a leve brisa costumeira a borda do grande largo, espelho não é mais espelho é onda, marola... Aparta afixação humana de seus autodetalhes num forçoso convite ao olhar entorno. Vento é ar em movimento; brisa é vento que não cresceu.
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Não se pode falar da luz sem o conhecimento das trevas; não se pode falar do silêncio sem referenciar a palavra; não pode haver liberdade se não houver mais amor.
Um comentário:
por onde você anda, lindinho...sinto saudades demais...denise
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